sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Meus amigos

Hoje fui ter com A Noiva. Quase não fui, porque estou cansadíssima. Tenho dormido tarde e resolvido mil coisas. Tô cheia de trabalho na repartição e não tô dando conta. Fora isso, meus estudos tão atrasados. Resgatamos um gatinho com esporotricose. Ele tava internado, mas precisavamos tirar ele da clínica hoje. Daí saí correndo da repartição para tentar comprar uma gaiola que garantisse algum conforto ao bichano. Comprei a maior que encontrei e descobri, depois da loja fechada, que não cabia no carro do meu cunhado. Ah, mas vai ter que caber! Logramos êxito, mas fiquei suada e imunda.

Tomei outro banho e liguei para H.V. Ela me convocou a passar no trabalho dela e beber por lá mesmo. Aceitei porque ela mora distante do Centro e, segundo palavras da própria, os ônibus aqui por perto são fufuzentos, seja lá o que for isso. Quaaaaase desanimei. Só quase. Não sou mulher de desanimar fácil.

Nos encontramos e fomos procurar um bar que merecesse nossa beleza e graça. Nada de bar fufuzento. Somos lindas e merecemos tudo perfeito! Depois de bater perninha, encontramos um que tinha uma boa carta de vinhos e belisquetes simpáticos. Bebemos, rimos, quase choramos, trocamos confidências e fofocas. Tem coisas que só se conta pra própria Noiva, né? Fizemos planos pro futuro, inclusive de uma viagem a Machu Picchu. Tenho combinado mais viagens (Atacama, NY, Dublin e Aberdeen, Paris, Barcelona e Madri, Praga e Amsterdã, Berlin, NZ... tudo já agendado com amigos variados) do que meu contracheque permite, mas e daí? Alegria, alegria, a vida é bela.

Por volta de meia-noite, semialcoolizadas, fomos embora. Levei A Noiva ao terminal para pegar seu ônibus. Ela tem mais medo de andar na rua que eu, me fez atravessar por causa de um pivete cheirando cola. Imagina, uma bolsada minha derrubava aquele moleque franzino, quanto mais uma bolsada dela, que tinha ido direto do trabalho! Bolsadas de nós duas matariam o pobre. Se bem que, hoje em dia, não dou bolsada em ninguém. Assim que o menino maltrapilho sumiu, atravessamos de volta. Ela me fez prometer que pegaria um táxi. Me fez ir no sentido contrário ao meu destino, por ser mais movimentado e ter mais táxis. Tá, ela adivinhou, se me deixasse ir em frente, eu viria à pé. Sabe, tenho vergonha e me ofende ter medo de gente. Sem falar que moro no Centro! No meu bairro eu ando à pé, porra! É o meu bairro e por aqui sou local. Gosto de pensar que tenho cara de pobre e que todos os outros pobres me reconhecem, daí não me assaltam. Afinal, se eu tivesse grana, que estaria fazendo andando a pé pelo Centro quase meia-noite?

Olha, não é usura, é só mania. Usura também me ofende. É só o vício de usar óculos com lentes cor de rosa. Não me conformo em não poder andar à pé no meu bairro, eu moro aqui, oras! Peguei o cacete do táxi no ponto do bar fufuzento (negócio de bar de pleyba, sabe?). A corrida até minha casa deu R$ 6,70. Ela ligou resmungando que ficou me olhando e não me viu entrar no táxi. "Peguei no ponto, pra vc ficar mais tranquila". Ah, bom. Cheguei em casa sã e salva, como sempre, mas preferia ter vindo à pé, como sempre.

Vou dormir que amanhã tenho aula de francês às 8h30 da madrugada e emendo numa reunião até a hora do almoço. Quando finalmente sentar a bunda na minha cadeira da repartição vai ter tanto trabalho acumulado que vai me dar vontade de chorar. Tudo bem, choro não, é sexta-feira!

10 comentários:

Morango sem chantilly disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Morango sem chantilly disse...

Andoro andar pelas ruas do centro da cidade como se estivesse numa pequena cidade do interior. Sinto-me realmente segura no eixo Arcos da Lapa e Bairro de Fátima.

Anônimo disse...

rsrsrss... Mulher de fibra!
beijosss Milena

Eugenia disse...

eu também sou assim. adoro andar a pé, em qq lugar. aliás, este post tá muito bom, do começo ao fim. beijoca na ponta do nariz pra vc e prá Noiva.

Helga disse...

R$6,70 o taxi. Uma graça isso. Aposto que cruzou a cidade. :P :P :P

Fernando disse...

Ando a pé sempre, não importa se é de noite, madrugada... por isso moro no centro para ficar perto de tudo.

Fê Galvão disse...

o q é fufuzento? adorei esta palavra!

Fê Galvão disse...

aliás, se eu morasse no centro tb faria tudo a pé. mas como moro na penha e tenho dois filhos pequenos... ai, ai.

Fê Galvão disse...

aliás, se eu morasse no centro tb faria tudo a pé. mas como moro na penha e tenho dois filhos pequenos... ai, ai.

Helga Valesca disse...

Amiga, diz pra Fernanda, que "fufuzento" é o mesmo que xexelento, chinfrin, caído...
É uma palavra usada por uma amiga e eu adotei.
beijo,
Noiva