quinta-feira, 1 de março de 2007

O mundo é estranho

Ontem na saída do bar eu e O Orientador pegamos o mesmo carro de praça. No caminho ele veio reforçando a bronca que começou a me dar no bar. Me esculhambava, perguntava o que que eu queria, dizia que só me dando na cara, que ia ter que me dar cara, que ia me encher de porrada, que eu merecia apanhar. Tá, claro que ele não ia me bater, que era "jeito de falar" e na verdade era um esporro elogioso, pois isso tudo era pra dizer que eu escrevo bem, sou inteligente e estou me desperdiçando. Me mandou fazer terapia e tudo.

Só que ele se animou ou tava puto mesmo com a minha apatia e levantou a voz. Tá, ele tinha tomado duas ou três caipirinhas e uns muitos chopes. Quem não nos conhecesse acharia que ele ia me bater mesmo. Enquanto ele falava eu comecei a rir, justamente por imaginra que o motorista do táxi tava achando que ele realmente ia me bater. Acho que foi pior, pois o taxista deve ter pensado "essa safada gosta de apanhar".

Encerramos a discussão quando ele disse "Então, o que você vai fazer?" e eu respondi "Vou estudar pra entrar para o doutorado, vou escrever o livro do HTP e vou produzir, escrever muito e publicar". Aí ele abriu um sorriso, me chamou de linda, reafirmou que sou queridíssima e segurou minha mão.

Ok.

Hoje acordei e lembrei da cena, fiquei rindo sozinha. Eis que toca meu celular e é O Orientador. "Roberta Carvalho, você não sabe o que me aconteceu ontem depois que te deixei".

Parece que quando desceu do carro, OO bateu a porta. Ou não, mas o motorista já tava puto com ele. O cara saiu do carro dizendo que ia bater nele, gritando, dizendo que, se ele tivesse estragado a porta ele ia voltar lá e dar porrada nele. O homem tava possesso e queria bater em O Orientador. Por sorte, o segurança da rua viu e chegou perto. Ficou naquela pose de segurança segurando a pochete onde guarda a arma. O taxista louco foi embora. O Orientador acha que se o moço da segurança não tivesse chegado ele teria tomado um murro na cara.

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