sexta-feira, 6 de outubro de 2006

O 2º Professor
Chegou a vez de João Baptista falar. Esse eu já conheço de oooooutros carnavais e já imaginava o que viria. Nenhuma falha passa por seu escrutínio, terrível! Claro, ele também é meu amigo, meu querido, fofo, educado, gentil e inspiração da minha dissertação, então sabia que não ia doer, que talvez ele quisesse fazer pinta, mas que não era nada demais. A verdade é que dele, assim como de O Orientador, eu não tenho medo.

JBFM foi passando a dissertação página por página, comentando tudo. Das notas de rodapé à concordância e escolha dos vocábulos. Questionou a informalidade do léxico empregado e até a minha informalidade, sentada com as pernas cruzadas em cima da cadeira. Bem JBFM!

Reclamou que eu escrevia como se fizesse uma crônica. Mas babe! Foi isso que O Orientador me pediu e isso que é legal!

Depois disse que eu escrevia muito bem, que minha dissertação estava brilhante, que se surpreendeu como eu apreendi os conceitos de geogragia cultural tão bem em tão pouco, elogiou a maneira como costurei Comunicação e Geografia, que eu tinha que fazer doutorado e podia prosseguir com aquela pesquisa, me convidou pra publicar artigos nas revistas da geografia e me aconselhou a publicar a dissertação como livro. Rá!

Não fez nenhuma pergunta, mas questionou o emprego da noção de "resitência lenta" que utilizei para falar dos processos contra-hegemônicos forjados na/pela cultura popular. Expliquei que não era lenta ou mole no sentido de preguiçosa ou pouco eficiente. Que é lenta pois é construída nas interações do cotidiano, no tempo das ruas, dos atores sociais utilizando a cultura como recurso de acordo com sua disponilidade e necessidade, nas negociações tecidas no espaço da contra-racionalidade, não no tempo da velocidade do projeto moderno, não no espaço vertical da história oficial. Não sei se convenci, mas O Orientador gostou.

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