segunda-feira, 27 de setembro de 2004

Vida de reporti
Ontem compromissos profissionais levaram-me às aprazíveis localidades de Macaé e Rio das Ostras. Lugarezinhos desgraçados do caralho. Se já não gosto de viajar à passeio qnto mais à trabalho. Normalmente deveria entrar às 15h e sair qndo acabasse o JN. Ok, deveria, se não tivesse a porra da viagem. Saí de casa ao meio-dia e voltei às 22h30. Almocei sem fome antes de sair, afinal não sabia qndo ia poder comer.

Qndo cheguei lá inspecionei as condições e liguei pra minha chefe parada no meio do q parecia ser a rua principal do bairro.
– Cheguei. Não tem nada nem ninguém aqui. Tô no meio do nada com um vento do caralho e uma poeirada voando. Tem um matagal de um lado e um campinho de futebol do outro. Em volta só favela.
– Q humilhação!!!!
– Pior, não tem nenhuma porra duma birosca onde eu possa comprar uma garrafa de água.

É, é isso mesmo. Fiz uma prospecção das biroscas da redondezas. Só tinha cerveja Cintra ou Hula Hula de acerola. Obrigada, eu passo.

Numa das biroscas, q o fotografo identificou como sendo uma "boca de fumo" (oras, o q não era boca de fumo ali?), havia 1 garrada de "água mineral". Se aquilo era mineral eu sou uma empada com azeitona e tudo. Como eu tava morrendo de vontade de fazer xixi deixei pro nosso motorista, mais guerreiro q eu. Manjei o banheiro do estabelecimento e resolvi q me mijar perna abaixo era melhor.

Viu um "trailler" em frente a uma "casa". Passei óleo de peroba na cara e fui lá. "Oi, bom dia, com licença. Moço, posso fazer xixi no banheiro da sua casa? Estou muito apertada". Ele mandou a mulher me levar pra usar o banheiro. Tinha uma porta sanfonada q não fechava, ou ficava aberta de um lado ou do outro. Como sempre faço em situações limite, abstraí.

Aliviada, voltei ao "trailler".
– Oi moço, brigada, tá. Vc tem água mineral com gás?" – perguntei como uma cara de claro q não vai ter, mas não custa q perguntar.
Não – Respondeu ele com cara de quem lamentava realmente não ter.
– Água mineral comum?
– Não.
– Coca-light?
– Nada light, só hula hula de acerola e coca comum.
Bom, ele tinha coca pelo menos. Agradei e fui embora

Só fui beber algo lá pras 18h, qndo paramos num posto pra tirar um pouco da lama dos sapatos na estrada entre Macaé e Rio das Ostras. Entrei na "loja de conveniência", olhei pra gordotinha atendente e prossegui minha peregrinação.
– Tem água mineral com gás?
– Acabou.
– Água mineral comum?
– Acabou tb.
– Coca-light?

– Tem, mas tá quente.

Como não sabia qndo ia ter acesso a líqüidos potáveis novamente pedi a porra da coca light e um copo com gelo. Fui no carro tentando não derramar a cada quebra-molas.

Até q não foi tão ruim em Rio das Ostras, doeu menos. Se bem q eu já tava anestesiada. Pelo menos era numa praça pavimentada e foi rápido.

Na volta pra casa o fotógrafo disse conhecia um lugar ótimo pra comer. Eu acreditei. Lá pelas 20h e bláu, faminta, imunda e com o cabelo duro de poeira, paramos na estrada pra comer. Bem q o motorista disse pra comermos biscoitos, mas eu queria algo salgado. Como o fotógrafo afirmou q "sempre" comia lá e pediu um pão com lingüiça, pedi um bolinho de aipim com carne seca e o motorista pediu um kibe. Humpf. Os salgados eram massas amorfas e inertes, com gosto de fritura. A lingüiça do sanduíche tava crua. Pra arrematar compramos cocadas pra comer na viagem. Tinham gosto de cera doce.

Cheguei em casa às 22h30, imunda e com o cabelo duro de poeira e com azia. Como sempre digo, pra corno todo castigo é pouco.

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